MT - Sefaz inicia discussões para promover simplificação da cobrança do ICMS
A proposta é estabelecer novo modelo de tributação do ICMS
O  Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Fazenda  (Sefaz-MT), iniciou  estudo para simplificar o sistema de cobrança do  Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS),  principal fonte de receita própria estadual. A proposta é estabelecer  novo modelo de tributação do ICMS, com equidade entre as atividades  econômicas, sem prejudicar a arrecadação do ICMS e, consequentemente,  sem comprometer a capacidade do Estado de atender às demandas sociais.
O trabalho envolverá a participação das entidades representativas de  todas as CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), nos  moldes dos debates que resultaram na simplificação tributária para os  segmentos de medicamentos, em 2009, e de materiais de construção, em  2010. As discussões começaram nesta segunda-feira (21.03) entre técnicos  da Sefaz e representantes do comércio varejista de mercadorias.
O secretário-adjunto da Receita Pública da Sefaz-MT, Marcel Souza de  Cursi, explica que a ideia de simplificar e uniformizar a cobrança do  ICMS por CNAE parte do premissa de que todos os segmentos foram  beneficiados com as reduções de carga tributária implementadas desde  2003. Entretanto, o histórico da arrecadação do ICMS em muitas  atividades foi consideravelmente aquém da evolução do faturamento  tributável.
Em 2003, a carga tributária do ICMS em Mato Grosso era a segunda maior  do país (a proporção entre a receita tributária e o PIB era 9,4%). Em  2008, quando foi divulgado o último PIB oficial pelo Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a carga tributária do  Estado passou para a nona posição (8,7%).
Em 2005, a relação entre a carga tributária do ICMS e o faturamento era  7,60% em Mato Grosso. Atingiu 8,30% em 2007 e  foi reduzida para 6,99%  em 2010.
O adjunto da Sefaz argumenta que essa situação está sendo compensada  pelos repasses constitucionais feitos União. Em 2002, 70% da arrecadação  de Mato Grosso era proveniente de recursos próprios e 30% de  transferências feitas pela União. Em 2008, o cenário passou a ser o  seguinte: 57,2% de recursos próprios e 42,8% de repasses  constitucionais. “Isso tem possibilitado ao Estado reduzir o ICMS,  gradativamente e de forma responsável, sem prejudicar o financiamento  dos serviços públicos”, argumentou Cursi.
Entretanto, com o estudo de simplificação tributária, o secretário de  Fazenda, Edmilson José dos Santos, afirma que o Estado pretende definir  em quais atividades será possível promover novas reduções e em quais  terá de haver compensações. “As reduções tributárias já adotadas e  aquelas que por ventura sejam implementadas são sempre casadas com o  Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal, porque é preciso manter o  equilíbrio das contas públicas, de forma a não prejudicar o  financiamento dos serviços públicos”, justificou o titular da Sefaz-MT.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), Paulo  Gasparoto, afirmou que a proposta é bem-vinda, principalmente por ter a  participação de representantes dos segmentos econômicos. “Não nos  exitaremos em contribuir para fazer prosperar a economia e o Estado de  Mato Grosso”, afirmou.
Participou também da primeira reunião de discussão do assunto o  empresário João Batista Rosa (da CDL Cuiabá). Os trabalhos foram  conduzidos pelos seguintes técnicos da Sefaz-MT: Maria Célia Oliveira  Pereira (assessora especial), Jonil Vital de Souza (assessor de Pesquisa  Econômica Aplicada), Jorge Luis da Silva (assessor de Política de  Tributação) e Eliezer Pereira da Silva (técnico da Área Instrumental do  Governo). 			 		 		 	 	    		
